Estranhos rumores em Oaxaca
Mezcal, chapulines, arte e resistência no verdadeiro coração do México.
Locked groove é o último sulco do vinil, quando a agulha para no final de um dos lados. Não tem tradução boa para o português - ranhura bloqueada é técnica e sem graça demais.
É aquele momento em que as conversas avançam enquanto o disco está rodando, sem música alguma. Ao mesmo tempo em que busca outro disco dentro da capa ou vai trocar o lado, você continua uma história, ou começa qualquer assunto que valha a pena: drinques, viagens, livros, música, o que for.O que fizer sentido na hora.
Amanhã faz um ano do lançamento de Locked Groove.
Esse primeiro ano foi intenso. Teve de tudo: teste de formatos, bloqueio de escritor, inovações, ideias que não deram certo, o número de assinantes aumentando constantemente.
Esse texto aqui, publicado numa sexta-feira, há exatamente um ano, não tinha assinantes - Geovanna Morcelli, a primeira, assinou 45 minutos depois da publicação. Hoje, somos centenas de leitores aqui.
Bastante gente leu essa edição - novidade sempre atrai. Mas muitos dos que chegaram depois podem não ter lido.
Então essa reedição fica como uma dupla comemoração: para marcar 1 ano de Locked Groove, e para agradecer a quem tem seguido essa newsletter. Sei que tenho uns leitores fieis por aí.
Boa leitura. E que venham mais edições e mais histórias para contar.
1.
No horizonte, a praça de pedágio era uma linha cinzenta entre o céu azul sem nuvens e o solo seco cortado pelo asfalto - e marcada por pontos coloridos que se mexiam incessantemente e que, à distância, não dava para perceber o que eram.
Calor forte de outubro de 2019, paisagem árida e montanhosa, pela autoestrada 135D a partir de Puebla, com quilômetros e mais quilômetros de linha reta através do deserto. Ao nos aproximarmos, as cabines do pedágio ficavam mais nítidas; da mesma forma, dava para ver que as massas de cor em movimento eram pessoas circulando entre as cabines.
Ficamos alertas. Estávamos já bem atentos desde o momento em que pegamos o carro, na agência - o recepcionista avisou que estávamos com placas da Baja California. “Talvez parem vocês. Mas não se preocupem, veem logo que são turistas. É que, em geral, quando é placa da Baja California, pensam que pode ser um carro de narcos”.
Ah, bom.
Um mês depois, 2 carros de uma família americana foram crivados de balas em um pedágio, por narcotraficantes que os confundiram com um cartel rival.
Chegamos perto e vimos famílias inteiras, com tambores nas mãos, em protesto que não soubemos identificar contra o quê. Um corredor de oaxaqueños sinalizava para passarmos pelas cancelas levantadas. Foi o que fizemos, sem entender muito bem o que estava acontecendo, enquanto eles batiam nos tambores e gritavam palavras de ordem.
Foi nossa introdução a um dos lugares mais fascinantes das Américas: O Livre e Soberano Estado de Oaxaca. Depois, descobrimos que é comum cidades ou estados terem nome e sobrenome no México. E não só lá. Já ouviu falar em El Pueblo de Nuestra Señora de los Angeles de Porciúncula, a maior cidade mexicana fora de território mexicano, conhecida em geral apenas por Los Angeles? Ou, ainda, a Heroica Puebla de Zaragoza, de onde vínhamos? Nosso destino era a capital, Oaxaca de Juarez - um nome menos pomposo. Se é que carregar o nome do primeiro presidente de origem indígena do México diminui a sua importância.
Oaxaca é o México em seu estado puro, longe da metrópole do Distrito Federal, longe das cidades médias que se querem cosmopolitas e modernas, como Puebla ou Monterrey, e perto de Chiapas, o Estado vizinho, onde o EZLN ainda luta e se faz ouvir como se 1º de janeiro de 1994 estivesse logo ali.
Oaxaca é também o estado de origem de Benito Juarez e Porfírio Diaz, polêmicos e fundamentais nomes na criação e na consolidação do Estado Mexicano. E ainda de Rufino Tamayo, um dos grandes da arte do século XX e, mais recentemente, de Francisco Toledo, artista zapoteca, recém-falecido quando visitamos Oaxaca e homenageado com stencils em muros pela sua valorização da identidade oaxaqueña na cultura.
E não só isso: Oaxaca é popular, camponês, solidário e combativo; lugar onde se come e se bebe muito bem, onde fica-se na rua até tarde, recebe-se sempre muito bem e onde o orgulho das origens está em toda a parte - daí os protestos contra qualquer forma de opressão e a luta constante por direitos historicamente subtraídos ao povo zapoteca e mestiço.
Em Oaxaca de Juarez, após deixar as malas no hotel, a primeira parada foi em uma terraza, para tomar algo depois de horas de viagem. Os finais de tarde em Oaxaca - e em boa parte do México - são marcados pela incrível cor do pôr-do-sol. Talvez por isso haja tantos bares em terraços. Mas tem que saber escolher bem: a maioria toca a mesma playlist Itaim-Tulum-Jurerê, o que não faz sentido algum nesse lugar.
Demos sorte: escolhemos um bem em frente à plaza Santo Domingo, onde celebrava-se um casamento na Igreja mais antiga da cidade. E que saiu para as ruas com música e dança, ao som de Bella, Ciao, tocada por uma pequena orquestra tradicional. Essa música pode ter entrado na moda recentemente; mas acredito que, em um casamento que não parecia ser de elite, acabe retomando o significado original.
E andar pela cidade reforça essa percepção: as ruas lotadas, como se sempre fosse festa. Carrinhos e mais carrinhos de comida (um conselho que recebemos: não tenha receio da comida de rua). A cada curva do centro histórico, mais gente nas ruas - famílias inteiras misturando-se a turistas, democraticamente. E quem não quer se misturar pode ficar nos hotéis instalados nas casonas, ou nas terrazas onde se ouve música eletrônica e tomam-se drinques ruins e caros. O que é um desperdício. O que mais se aproveita de Oaxaca é a sensação de que a cidade não virou um espetáculo feito para turistas - essa festa permanente é a forma verdadeira com que os oaxaqueños se relacionam com a cidade.
É uma cidade que vive para fora. Assim como já tínhamos visto na Cidade do México, anda-se muito e usa-se muito as ruas, dia e noite. E em cada lugar, a lembrança da luta constante: no Zócalo, passamos por barracas de manifestantes em frente à sede do governo local, em protesto por cortes orçamentários na educação; em todas as paredes, cartazes com fotos dos desaparecidos na Guerra contra el Narcotráfico (tanto por parte do governo quanto dos cartéis) dividindo espaço com cartazes sobre sindicalistas presos injustamente e imagens de Francisco Toledo, el Maestro de Oaxaca e grande militante da cultura local, pedra no sapato de todo governante escroto, desde os tempos da “Ditadura perfeita” do PRI. O homem que liderou protestos bem-sucedidos (até hoje) contra a instalação da primeira loja do McDonald's em Oaxaca, décadas atrás.
Na primeira madrugada, após cruzar todo o centro histórico em ruas sempre cheias, fomos parar no Mezcalogia: surpreendente bar escondido em uma galeria comercial bem normal e sem personalidade, a caminho do nosso hotel. Bem pequeno e com prateleiras repletas de garrafas de mezcal - algumas produzidas pelo próprio dono e bartender que nos atendeu. Aprendemos como se diz 'saúde’ em zapoteca. Mas, a essa hora da madrugada, esquecemos em pouco tempo.
E a trilha sonora era de uma rádio de Los Angeles sintonizada em um programa pós-punk. Tanto com clássicos anos 80 quanto com novas bandas (da América Latina, da mítica Aztlan - Twin Tribes ou Chicano Batman vêm à mente). Da mesma forma que Oaxaca de Juarez é mestiça, e não puramente zapoteca, fazia bastante sentido ter essa trilha sonora num bar - misturar tudo, sem esquecer as origens e sem recusar novas influências. Voltamos a pé ao hotel, passando por uma oficina que funcionava até a alta madrugada, com Buicks e Cadillacs clássicos americanos dos anos 1960-1970s sobre cavaletes e os mecânicos trabalhando, enquanto ouviam música e tomavam cerveja.
2.
No dia seguinte, o primeiro destino do dia era Hierve el Agua, a 30 quilômetros da cidade: uma série de piscinas naturais formadas durante milhares de anos pela água calcária que brota de uma mina. E que deu origem a uma “cachoeira de pedra” - uma formação rochosa moldada pela água que escorre ininterruptamente há séculos pela encosta e forma caminhos e acúmulos calcários nas pedras.
Para chegar lá, uma estrada de terra onde só passa um carro por vez, por vilas e por várias destilarias caseiras de mezcal, com seus grandes tachos incrustados em buracos cavados no chão, num processo incessante de destilação e defumação. Em algumas dessas destilarias improvisadas, dava para ver um frango (!) pendurado sobre o tacho em que se defumava o mezcal - Pechuga é uma das variedades, com a defumação da ave como parte importante para o sabor final da bebida.
Devidamente instalados dentro de uma das piscinas naturais em Hierve el Agua, encostados na borda infinita natural que dá visão para o vale, vimos chegar um ônibus comandado por missionários evangélicos americanos. Lotado de fieis mexicanos recém-convertidos, levados até lá para um batismo coletivo. Músicas e violões, com um pastor americano de meia idade e olhos azuis, tatuado até o pescoço, expiando suas culpas passadas na tarefa missionária de batizar os novos evangelizados.
Hierve el Agua atualmente está fechado; a pandemia do COVID-19 acelerou uma decisão da comunidade local de não manter uma atração turística que não resulte em benefícios claros para a população do lugar. Isso tem a ver com a posse coletiva da terra, o Ejido, mecanismo da Revolução de 1910 que oficializou uma tradição secular, em que todos os que moram em um determinado lugar têm direitos e deveres com a terra que ocupam. Em geral, nas décadas de domínio do PRI (Partido Revolucionário Institucional, uma contradição em termos que governou o México por mais de 70 anos), mais deveres do que direitos. Mas nessa parte do país isso tem mudado e as comunidades têm feito valer seu direito sobre a terra. E, nesse caso, os missionários vão ter de encontrar outro lugar para sua cruzada.
A volta por uma estrada de terra nos levou ao mercado de Tlacolula de Matamoros, outra parada obrigatória. Pense no maior mercado popular que você conhece - e depois multiplique por 4 ou 5 vezes. A impressão é que a cidade toda é o mercado: a partir da estrutura central, outros galpões se espalham, e lonas são levantadas nas ruas do entorno para criar um labirinto incompreensível de barracas. Tem de tudo: bugigangas de plástico importadas da China, muita comida, moles, temperos, bordados tradicionais, animais vivos.
E tem também uma tradição dos mercados mexicanos, o Pasillo de las Carnes - uma verdadeira linha de montagem em versão mexicana de um podrão de boteco, num corredor dedicado exclusivamente aos assados. Você escolhe algum dos cortes crus pendurados à sua frente, ou algumas das linguiças artesanais, em meio a inúmeras bancas com as grandes chapas e grelhas ao fogo. Compra as salsas e moles de outra pessoa. Compra tortillas de uma senhora que anda por entre as mesas com uma cesta envolta em papel pardo. Compra cerveja - Modelo é a marca mais comum - de um menino de uns 10 anos que entrega as garrafas e que grita o valor para outro adolescente vir receber o dinheiro. E divide mesa com outras pessoas - raramente turistas - usando como guardanapo o papel grosseiro de um rolo sobre a mesa. Um almoço muito bom, simples, bem barato e com um ar comunal, em meio ao ar turvo com a fumaça das carnes, aos gritos de pedidos e às conversas do sempre lotado Pasillo. E com direito a algumas guloseimas oferecidas por outros vendedores alheios ao local: um senhor de bigode e cabelos tingidos e de chapéu de palha passa com um balde de mesa em mesa. Dentro, alguns gusanos se mexendo ao fundo. Declinei a oferta dessa iguaria tentadora.
Na saída, não lembrávamos onde o carro estava parado. Tivemos de deixá-lo a muitos metros das primeiras ruas cobertas do labirinto mercantil. E todas as passagens pareciam iguais. Mas uma hora demos de cara com as galinhas vivas que tínhamos avistado no começo - estavam ainda lá, tranquilamente fora de gaiolas, mas presas por cordas. Mais uns metros e achamos o carro. Na volta, passamos por uma escola de educação infantil chamada Paulo Freire. neo-Sinarquistas que não nos vissem ali, enquanto tirávamos fotos de recordação, para o Brasil pós-2018.
3.
Em uma cidade tão orgulhosa de suas origens, até a alta gastronomia se curva à ancestralidade. Todos os restaurantes bacanas de Oaxaca usam ingredientes locais e orgânicos, em preparos que remontam a séculos, como os 7 tipos de mole, mitíco ingrediente da região. E, no Casa Oaxaca, decano dos restaurantes oaxaqueños e que inspirou Enrique Olvera, do Pujol, de CDMX (e quero falar mais depois, quando escrever sobre a capital), comi chapulines pela primeira vez - aqueles pequenos gafanhotos característicos do México e que já estiveram até no brasão imperial mexicano, no século XIX.
Isso mostra o quanto a melhor culinária de lá não volta as costas para o que é Oaxaca. Cada vez mais turistas descobrem a região, mas não se perde a essência - o ritmo próprio da cidade continua. Nos bares ou terrazas, você pode tomar uma manjada margarita (mas peça com mezcal, muito melhor do que com tequila), ou algum drinque autoral, sem que uma coisa exclua a outra - que, aliás, foi o que fizemos para despedida: depois de um bar hop pelos melhores balcões de Oaxaca, terminamos de novo no Mezcalogia e sua penumbra pós-punk.
Depois de 4 dias intensos, e dos quais dá para escrever muito mais que isso, iniciamos a volta para Puebla, pela 135D e mais 3 horas de viagem à nossa frente. Isso até começarmos a ver a diminuição da velocidade dos carros, a fila se formando em velocidade baixa, e a coluna de fumaça preta subindo a algumas centenas de metros: duas carretas acidentadas, em chamas, interromperam o trânsito nos dois sentidos da rodovia, sem previsão de liberação. Quase voltamos a Oaxaca. Mas fomos desviados para uma estrada lateral, com alguns trechos de terra e outros com pavimento antigo. Era a antiga rota para a capital, usada por séculos antes da construção da moderna autoestrada.
Em uma das tortuosas curvas da estrada de terra, chegamos a um entroncamento, com uma cabine de madeira à beira do caminho e homens com chapéus de vaqueiro, armas e falando em walkie-talkies. A tensão se desfez ao percebermos o que era: um pedágio improvisado e mais um exemplo do Ejido, com a comunidade local cobrando pedágio de quem passava por suas terras. Guardamos o comprovante - um papel cortado à mão, com um carimbo tradicional, falhado, de tinta púrpura.
Logo estávamos de volta à autoestrada. Perto de Puebla avistamos o Popocatépetl, vulcão em constante atividade, que inspirou Malcolm Lowry em Under the Volcano. Voltamos a CDMX sem passar por Cuernavaca, uma das ideias iniciais da viagem, onde Lowry viveu. Descartamos esse desvio ao saber que era um dos epicentros da Guerra contra el Narcotráfico - na semana anterior, rajadas de metralhadora na praça principal de Cuernavaca acabaram com um protesto contra a violência e feriram muita gente. Achamos melhor evitar a fadiga.
A caminho da capital, passamos por Puebla e vimos guardas de segurança de um mall estilo yankee, com AR-15 e MAC-10 a tiracolo e uniforme de combate com camuflagem cinza urbana, protegendo os carros esporte importados dos clientes. Dias antes, em San Miguel de Allende, já havíamos tido a mesma sensação - de estar sempre alerta, de sentir uma agressividade pervasiva no ar. Ao procurar uma tradicional cantina pé-sujo da cidade, demos de cara com uma caminhonete blindada, apinhada de policiais com balaclavas e roupas militares pretas, sem identificação. Todos com fuzis de assalto. E um deles com as mãos nos gatilhos de uma metralhadora .50 montada na caçamba. Em plena tarde, passaram devagar, olhando para nós; logo perderam o interesse e seguiram caminho.
Esses dias mostraram o México em sua forma concentrada: um contraste entre a tradição de um povo que se orgulha de suas origens e valoriza a vida em todas as suas facetas - comida, música, bebida, alegria e arte - e uma realidade dura, de uma sociedade altamente hierarquizada e violenta, que está imersa em uma guerra não-declarada que poucos entendem. Assim como acontecia no 1 de novembro de 1938, no livro de Lowry, com a expectativa sempre presente de que algo inesperado e terrível poderia acontecer a qualquer instante, ao mesmo tempo em que a vida pulsa em todas as suas cores e tem de ser vivida.
“Para el mexicano la vida es una posibilidad de chingar o de ser chingado.”
Octavio Paz, 1914-1998, Nobel de literatura em 1990.
Essa viagem aconteceu em outubro de 2019, com Paula, a melhor companhia para viagens, experiências doidas e um ou outro perrengue em qualquer parte do mundo - como dirigir em estrada de terra numa montanha no interior de Oaxaca sem saber se o mapa estava mesmo certo (e dar de cara com um acesso fechado para a auto-estrada que nos fez rodar muito mais); andar numa parte estreita da trilha Inca justamente quando começa a chover e você só passa colocando um pé exatamente na frente do outro; ou, então, vagar pela madrugada da adormecida Colônia Sacramento, tomando cerveja, acompanhados por alguns cachorros de rua.
Mineira, ela se sentiu em casa em Oaxaca: definiu como a Minas Gerais do México. Errada não está.
PARA SABER MAIS, EM 5 CLIQUES
matéria na New Yorker sobre Malcolm Lowry e Under the Volcano - um dos 10 mais na minha biblioteca e livro que deu aquela vontade de conhecer o México. Na próxima vez, Cuernavaca é parada obrigatória. Aproveita e pega aqui a ótima adaptação do livro para o cinema, por John Huston, que amava o México desde que filmou lá O Tesouro de Sierra Madre. No streaming do Belas Artes, por um preço camarada.
Pontadinha de arrependimento por não ter pagado excesso de bagagem por mais garrafas do Mezcal Cuish, artesanal e com garrafas numeradas - só trouxe 3. Um dos melhores que provei em Oaxaca.
Starter pack para Mezcal, matéria na Punch Drink, revista boa de cocktails, de onde surrupio muita coisa. Mezcal é uma arma secreta na coquetelaria: tudo o que você conhece com tequila fica melhor com mezcal.
Playist da Pasatono Orquesta, grupo oaxaqueño de música tradicional, tocado por quem entende do assunto.
Aqui uma matéria com Enrique Olvera, do Pujol, de CDMX, e do Criollo, de Oaxaca, surpreendente restaurante que atualiza a tradição ancestral da cidade. E veja também o episódio do Chef's Table com ele, no Netflix.
PARA ACOMPANHAR A LEITURA
Oaxaca Old Fashioned, NY, EUA, 2007
Um novo clássico - um twist do Old Fashioned com tequila e mezcal. Criado pelo bartender Phil Ward, do bar com um dos melhores nomes que já vi, Death&Co, no East Village de NY. Foi um dos primeiros cocktails a mostrar as possibilidades do mezcal, então pouco conhecido fora do México.
Combinam-se duas bebidas fortes: tequila e seu ‘primo pobre’, o mezcal. Ainda assim, a sutileza do drink é o que mais aparece.
Nessa versão:
1 e 1/2 dose de Tequila Jose Cuervo Tradicional Reposado, Jalisco, Mexico (a tequila é feita exclusivamente do Agave azul, ao contrário do Mezcal, de outras variedades, como o Maguey) O reposado vem do envelhecimento em barris de carvalho. A Tradicional é a tequila que a Jose Cuervo produz a cada ano para comemorar seu aniversário (219º, no caso)
1 dose de Mezcal Espadín Cuish, artesanal, de Oaxaca, mais defumado do que outros. Lote numerado e assinado pelo maestro mezcalillero, José Santiago López.
4 gotas de Toasted Pecan Bitters, artesanal e numerada, Miracle Mile Bitters Co., Los Angeles.
1 colher de double strenght syrup de demerara.
1 casca de laranja torcida, flambada sobre o cocktail e depois incorporada ao drink.No original, usa-se Angostura como bitter. Já nesse aqui, usei o bitter de pecan tostada para reforçar o toque defumado e deu muito certo - combinou bastante com o Mezcal e com a casca de laranja flambada.
Estranhos rumores em Oaxaca
assinatura renovada para mais um ano de boas histórias <3